sexta-feira, 12 de junho de 2009
Amores Bobos
sexta-feira, 5 de junho de 2009
05061979
São três horas da madrugada. Não consegui adormecer. Deitei, sentei, tornei a deitar, por fim levantei. Não é fácil envelhecer. Já não me sinto a mesma, embora pouco tenha mudado. É esse pouco que me incomoda. Pois do pouco que me conheço, já percebi que gosto muito de mudar. O que aconteceu? A resposta se perdeu no passado. Fato estranho citá-lo, pois não havia pensado nele ainda. Não hoje. Não até agora. Hoje não procurei respostas. Hoje pensei apenas no presente e no futuro imediato. Não posso esquecer-me de comprar leite. Então percebi que não entendo. Que estou só a escrever. Que de mim sei quase nada. Sou nome numa certidão, número no registro geral, senha no banco. Sou idéias soltas, palavras ao vento, pensamentos desconexos. Sou um projeto sem conclusão. Sou como uma obra parada, deteriorando-se a volatilidade do tempo. Há algo mais solitário, triste, que sentir-se uma promessa? Será que minha mente dissonante um dia se cumprirá?
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Constancia
Constancia. Escrevo cartas à Constancia, mas depois desisto e escrevo curtos e-mail, com mensagens curtas para não complicar. Escrevo “oi”, “como vai?”, “muitas saudades”. Entra as notas de saudação e de despedida, falo sobre os dias. De nada adianta enviar cartas, sempre terminam desatualizadas. Eu falo ao telefone. Estou sempre ansiosa. A única certeza que tenho sobre mim é que sou imediatista. Pena que nada, absolutamente nada, é de imediato. Toda a força de um evento se forma antes, muito antes, e enfim chega ao seu ápice. Acontece. Como se fosse uma surpresa. Mas não é que nos surpreendemos? Espantoso.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Eu
Sou eu que sonho acordada. Eu que não suporto o mundo. Que quando deito não descanso. Ah, se eu parasse de sonhar o sonho alheio e pudesse sonhar meu próprio sonho. Olharia no espelho e veria, Eu, o mundo.