sexta-feira, 5 de junho de 2009

05061979

São três horas da madrugada. Não consegui adormecer. Deitei, sentei, tornei a deitar, por fim levantei. Não é fácil envelhecer. Já não me sinto a mesma, embora pouco tenha mudado. É esse pouco que me incomoda. Pois do pouco que me conheço, já percebi que gosto muito de mudar. O que aconteceu? A resposta se perdeu no passado. Fato estranho citá-lo, pois não havia pensado nele ainda. Não hoje. Não até agora. Hoje não procurei respostas. Hoje pensei apenas no presente e no futuro imediato. Não posso esquecer-me de comprar leite. Então percebi que não entendo. Que estou só a escrever. Que de mim sei quase nada. Sou nome numa certidão, número no registro geral, senha no banco. Sou idéias soltas, palavras ao vento, pensamentos desconexos. Sou um projeto sem conclusão. Sou como uma obra parada, deteriorando-se a volatilidade do tempo. Há algo mais solitário, triste, que sentir-se uma promessa? Será que minha mente dissonante um dia se cumprirá?

Nenhum comentário: