segunda-feira, 27 de abril de 2009

Revolução e Seu Caminhos

àqueles que se mativeram simples como crianças            


Terras Estrangeiras,


Houve uma revolução. Eu não percebi. Embora eu tenha sido a força motriz de toda essa mudança.  Não percebi, pois a revolução foi fruto de uma necessidade latente. Estava contida em gestos calculados e raciocínios sistemáticos, pensamentos por cima de pensamentos, empilheirados em meu caminhar sobre ovos. Fizeram marchas e protestos, agiram em meu entorno exigindo mudanças. Gritaram e levantaram faixas.  Havia de ser uma revolução, não uma simples reforma. “Revolucionários sim, reformistas jamais!”. Consenti. Afinal era certo que reformas seriam apenas paliativos.

O governo ainda não se estabeleceu por completo. Ainda receia e balbucia. Ainda teme seguir o curso normal e fluir. Lá por onde eu sei que ganharei gloriosos afagos. Eu, o governo, ainda hesita e desculpa-se por seguir seu rumo, sentimental ou geográfico, e ser espontâneo e por lá transitar sem maiores preocupações. Quis retorna.

A diplomacia é algo que ainda desconheço. Fui demasiado comedida no passado. Acabou em vício. Mas oras! Lá era meu passeio público, sempre o foi. Se um dia tivesse escolhido não revolucionar, estaria lá, eu e meu caminho e jamais hesitaria em seguir. Porém minha terra seria inóspita. Optei por seguir, ainda que embaraçada (talvez fosse medo de ser lida ao contrário), um pedacinho de conforto onde não precisava ser tão temerosa. Onde um olá, não é nada mais que um olá, onde cumprimentos e palavras são exatamente o que são.

Parei, Falei, mas ainda me expliquei, acho que corei mesmo ao dizer a verdade. Pensei: “o que pensarás de mim, oh terra estrangeira?” Que bobagem. Quis rir de mim mesma. Descobri, sem querer, nem mesmo procurar, novas terras. Terras estrangeiras como aquelas que conheci quando criança, mas que me perdi quando entrei em outros mares. Mares de mapas, bússolas e precisão.

Como somos tolos quando nos tornamos adultos!

 

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