quarta-feira, 29 de abril de 2009

Quando Morri

Estar a morrer é estar à deriva. É estar perdido ao mar. Sentir-se ir com dúvidas de retornar. Eu só numa azul imensidão. É estranho e solitário. Havia sim um quê de tristeza, contentamento e alívio. Havia apenas ligeiros estímulos, sensações e saudades dos que ficavam. Pensei que talvez devesse dizer adeus, mas não poderia. Apenas desejei que ela, a morte, viesse sem balbúrdia. Que viesse como um acalanto.

 

Morrer é simples. Continuo eu na complicação de cada dia e dessa morte me sobrou apenas um lado para rir de um certo ditado: “Se Deus nos deu dois ouvido...” Eu, tenho a exclusividade de poder falar tanto quanto ouço. 

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